quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

OBJECTOS «VOADORES » NATURAIS





Na obstante toda a sua vastidão, os céus que rodeiam o planeta terra estão repletos de objectos voadores naturais e identificados – cometas, meteoros, planetas, a lua e as estrelas – suspectiveis de iludir o mais astuto e mais altamente treinado dos observadores.
Especialmente quando deformados pela atmosfera em constante alteração, estes corpos celestes podem enganar os olhos e a mente, fazendo pensar que são ovnis.
Algumas das mais surpreendentes visões semelhantes a ovnis são, na realidade, miragens ampliadas. Se por exemplo, uma camada de ar frio fica presa sob uma camada de ar quente, a luz que passa entre ambas é refractada. Caso tal fenómeno se verifique perto do horizonte, uma estrela ou um planeta podem repentinamente aparecer no céu, mesmo que se encontrem baixo do horizonte e, consequentemente, não sejam sequer visíveis. Se além do mais, as condições atmosféricas são tais que causam ampliação, a imagem aparecerá como uma enorme bola brilhante.
Alterações das condições atmosféricas podem fazer a bola cintilar e mudar de cor tal como as perturbações da atmosfera fazem com que estrelas distantes pareçam tremeluzir.


Estas distorções atmosféricas podem assumir formas especialmente assombrosas para que viaje de avião.
Cristais de gelo, neve, nevoeiro e bruma ou neblina podem também distorcer fontes naturais de luz. Massas de cristal de gelo que se encontram na atmosfera, por exemplo, podem concentrar luz em impressionantes colunas verticais. Na presença de flocos de neve cada uma dessas colunas pode parecer atravessada por uma faixa horizontal criando a ilusão de uma cruz cintilante suspensa frente ao sol. Na opinião de pelo menos um investigador, foi a visão de um tal fenómeno natural que determinou definitivamente a conversão de Constantino, o Grande, o cristianismo em 312 d. C.
Bolas, ou relâmpagos, de luz – quase tão misteriosas e controversas como os ovnis – são outro fenómeno atmosférico natural susceptível de interpretação errónea.
Sem qualquer causa conhecida, essas bolas brilhantes vermelhas, amarelas ou laranja aparecem, movem-se desaparecem, geralmente no breve espaço de alguns segundos.


Registaram-se mesmo alguns casos em que terão queimado e fundido objectos com os quais entraram em contacto, e ocasionalmente emitem sons sibilantes.
A fricção causada pelo movimento de grandes massas de ar de diferentes temperaturas pode produzir outra espécie de fenómeno: o fogo-de – Santelmo. Esta descarga eléctrica semelhante a um halo cintila, por vezes, em torno das superfícies condutoras das asas dos aviões, navios no mar e campanários de igrejas durante uma tempestade.
Uma das mais estranhas explicações para visões de ovnis estabelece uma ligação entre o fogo – de Santelmo e outra espécie de fenómeno natural: Exames gigantescos de insectos.
Segundo os dois entomólogos americanos do departamento de agricultura que formularam a teoria, as condições climáticas durante uma tempestade são susceptíveis de provocar campos eléctricos tão fortes que o fogo-de-santelmo pode efectivamente atravessar um bando de insectos.

Imagem fogo de Santelmo

Nuno Alves

FOGO DE SANTELMO

Santelmo («Saint Elme» — santo + Elmo [de ermo], Santo Erasmo) era o santo padroeiro dos marinheiros do Mediterrâneo, a quem eles recorriam, quando numa tormenta se dava um fenómeno raro, designado de fogo-de-santelmo, pois julgavam tratar-se da sua aparição.

Pode acontecer que, por ocasião de uma tempestade, ocorra uma chama azulada, nos mastros dos navios. Esse fenómeno é o fogo-de-santelmo. A chama que se dá é produzida pela electricidade atmosférica, que resulta numa descarga eléctrica luminosa na atmosfera, mais ou menos contínua, de fraca ou moderada intensidade.

Um barco em alto-mar é, por vezes, friccionado pelo vento e o seu casco pela água. Por esta razão, vão-se perdendo electrões (partícula sub-atómica do átomo, com carga eléctrica negativa), ficando o barco com carga eléctrica positiva, dando-se uma ionização (neste caso uma transformação em catiões). Se próximo do barco houver uma nuvem com muita carga eléctrica, no alto do mastro irar-se-ão acumular muitos electrões. A presença de grande número de gotas de água facilita uma descarga eléctrica. Isto leva à formação de uma chama azulada, visível a olho nu. O fenómeno pode ser acompanhado de um zumbido ou estampido.

Para além dos mastros dos navios, este fenómeno pode também acontecer noutros objectos, principalmente objectos altos e pontiagudos. Também, não tem necessariamente de acontecer em objectos à superfície terrestre, pois pode ocorrer em aeronaves em voo, nas pontas das asas, nas hélices, etc.

Se o fenómeno ocorrer no alto de um campanário, sobre uma cruz, as pessoas acreditam que é a aparição da Virgem Maria.

Dependendo da intensidade, os fogos-de-santelmo podem chegar a partir objectos.

Referências a este fenómeno aparecem em alguns escritos da Antiguidade Clássica.

Era também conhecido por corposant, porque pensava-se que era de origem sobrenatural. O seu aparecimento era considerado como «bom augúrio», pois era considerado um sinal de que o tempo iria melhorar. Tal interpretação deve-se ao facto do fenómeno apenas aparecer na última fase de uma violenta trovoada, depois de passar o vento forte e o mar agitado que a acompanham.

Durante algum tempo pensou-se que este fenómeno apenas existia no mar. Contudo, nos últimos anos tem-se provado o contrário, tem-se observado em cumes de montanhas, por vezes tão brilhantes que pode ser visto a 15 ou 20 km de distância.

Texto Fogo de Santelmo de José Rebelo.

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