domingo, 17 de dezembro de 2017

Revelado o departamento especial do Pentágono para investigar OVNIs


Pela primeira vez são conhecidos detalhes do programa das Forças Armadas norte-americanas sobre encontros com Objetos Voadores Não Identificados

O nome formal é Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais (Advanced Aerospace Threat Identification Program, no original) e na prática trata-se do departamento do Pentágono que, desde 2007, investigou os chamados "objetos voadores não identificados".
Este sábado, pela primeira vez, foram conhecidos detalhes deste programa das Forças Armadas norte-americanas. 

Ao mesmo tempo, o Departamento da Defesa divulgou um vídeo com um dos casos que esteve sob investigação, o encontro de um F/A-18 Super Hornet da Marinha com algo não identificado -- incidente ocorrido em 2004:

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Segundo o jornal The New York Times, que avançou com a notícia, este projeto teve um orçamento de 22 milhões de dólares (18,7 milhões de euros) e foi fundado a pedido do ex-senador Harry Reid, democrata eleito pelo estado do Nevada, que assumidamente é um interessado no "fenómeno OVNI".
Entre 2007 e 2012, ano em que segundo o Pentágono o programa foi cancelado, este departamento agiu em segredo analisando os casos considerados suspeitos, baseados em relatos de militares. E, segundo o NYT, ainda que formalmente o projeto já não esteja orçamentado, as pessoas nele envolvidas continuam a trabalhar neste tipo de situações, acumulando com outras funções dentro do Departamento da Defesa.



Pormenor curioso é também o facto de grande parte do dinheiro ter sido canalizado para a empresa Bigelow Aerospace, sediada no Nevada e dirigida por Robert Bigelow, multimilionário que é amigo do senado Harry Reid.
Dentro das Forças Armadas, no entanto, há quem continue a valorizar as atividades do programa. Ainda segundo o NYT, o antigo diretor do departamento, Luis Elizondo, que saiu do Pentágno no início do ano, utilizou a sua carta de demissão para criticar o Secretário da Defesa, James Mattis: Porque "não se está a gastar mais tempo e esforço neste assunto?", questionou.
O antigo senador Harry Reid, por seu lado, continua a defender este seu projeto. Ao NYT, garantiu mesmo que ninguém sabe o que são estes objetos voadores. "Se alguém diz que tem resposta, está a enganar-se a si mesmo. Simplesmente, não sabemos".

www.dn.pt

Enquanto isso no início de 2017, surgiam outras notícias.

Mais de 900 mil documentos da CIA disponibilizados na Internet


Relatórios sobre avistamentos de OVNIS, estudos sobre poderes sobrenaturais ou vigilância da imprensa estão entre as mais de 12 milhões de páginas disponibilizadas pela CIA.

A CIA publicou cerca de 930 mil documentos desclassificados, perfazendo mais de 12 milhões de páginas, que estão agora online e acessíveis ao público em geral. A decisão surgiu depois da pressão exercida por variados grupos de defesa da liberdade de informação e na sequência de um processo judicial.

A notícia foi dada em primeiro lugar pelo site Buzzfeed, informando que a documentação, que inclui relatórios sobre avistamentos de OVNIS ou experiências psíquicas, era já pública mas era apenas disponibilizada no Arquivo Nacional americano em Maryland. Agora, as páginas podem ser consultadas aqui.

Na sua página, a CIA admite que a visita a Maryland para a consulta dos documentos era “inconveniente e representava um obstáculo para os investigadores”.

Da base de dados, denominada “Crest”, fazem parte documentos do antigo secretário de Estado dos Presidentes Richard Nixon e de Gerald Ford, Henry Kissinger, e documentos sobre os crimes de guerra cometidos pelo regime nazi. A colecção inclui também temas mais científicos, alvo de várias teorias de conspiração, tais como OVNIS, receitas para tintas invisíveis e investigação centrada na telepatia.

Neste âmbito, encontram-se registos sobre o chamado Stargate Project, que se baseava na análise de capacidades psíquicas sobrenaturais e extra-sensoriais, estudando-se a possibilidade de utilizar a telepatia para fins de espionagem e militar.

Em concreto, disponibiliza-se os exames realizados a Uri Geller em 1973, numa altura em que este ganhava destaque em programas de televisão onde demonstrava os seus poderes sobrenaturais. A BBC notaque os relatos documentados referem que o israelita conseguiu reproduzir desenhos feitos por pessoas presentes numa sala separada.

Apesar de ter impressionado os investigadores da altura, em 1995 foi escrito um relatório onde se concluía que não foi demonstrada a existência de um “fenómeno paranormal ou visão remota”.

Guardian, por sua vez, traz a lume a actuação da CIA em relação aos órgãos de comunicação social. A documentação agora divulgada mostra que a agência possuía informação detalhada sobre empresas de media e jornalistas. Por exemplo, uma cópia de um artigo da revista Mother Jones de 1978 era acompanhada com uma nota onde se descrevia que a publicação era “um escândalo produzido localmente publicado por um grupo de dissidentes”.

Sobre os jornalistas responsáveis pela investigação que culminou no caso Watergate a informação é extensa. Na altura em que Carl Bernstein passou para a televisão ABC, foi enviada uma carta à CIA a dar conta da transferência, sendo que o autor afirmava querer “descobrir que tipo de pessoa é que ele é”. Outras dezenas de documentos incidem sobre o parceiro de Bernstein, Bob Woodward, e a respectiva equipa de investigação que trabalhou no caso que ditou a queda do Presidente Nixon. Em 1985, foi escrita uma notaonde se informava o que Woodward andava a preparar: “Soube por uma fonte da CIA que o repórter do Washington Post Bob Woodward lançou um mau olhado ao chefe da CIA Bill Casey. Woodward anda a entrevistar toda a gente que alguma vez conheceu Casey”. Dois anos mais tarde, Woodward escreveu mesmo um livro sobre o período em que Casey foi director da agência.

Foi o grupo sem fins lucrativos MuckRock, defensor da liberdade de informação, que primeiro processou a CIA tentando forçar a publicação dos referidos documentos na Internet. Mas, ao mesmo tempo, o jornalista Mike Best iniciou uma campanha de recolha de fundos, em que conseguiu reunir 15 mil dólares, para visitar o arquivo em Maryland, imprimir todas as páginas e divulgá-las por iniciativa própria.

Público.pt 


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