sexta-feira, 1 de maio de 2020

Os europeus vêem cada vez menos óvnis

Relatos sobre objetos não identificados caíram nos últimos anos, segundo organizações que estudam esses fenômenos.

O céu europeu é uma caixinha de surpresas.
 31 de janeiro deste ano, às 22h10 (19h10 em Brasília), uma testemunha afirma ter visto um ponto luminoso mover-se, depois parar, e finalmente desaparecer de repente. Foi em Bolinne, 60 quilômetros a sudeste de Bruxelas. Outro testemunho, este a 14 de janeiro, falava em cerca de 50 pontos brilhantes, similares a estrelas, avançando em formação em Charneux, também na Bélgica, a 15 minutos de carro da fronteira holandesa. “Sou cético por natureza, e para me convencer de que não estava sonhando avisei três vizinhos e a minha mãe. Todos olhamos imóveis, e ninguém sabia explicar”, conta Ludovic, o surpreso morador de 39 anos que supostamente se deparou com a cena, numa mensagem pedindo respostas ao que seus olhos acabavam de ver.

Várias entidades da Europa reúnem registros desses relatos de cidadãos comuns e tentam decifrá-los. O chamado Comitê Belga para o Estudo de Fenômenos Espaciais (COBEPS) é um deles. Para o primeiro caso, avaliou que a informação fornecida era insuficiente. No segundo, os estranhos alinhamentos descritos por Ludovic ainda estão sendo investigados. Em outras ocasiões, a resposta dos investigadores ao mistério é mais simples: os óvnis são aviões ou balões.

Anualmente, organizações de oito países – Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Itália, Noruega e Suécia – divulgam os dados de todos os alertas de objetos voadores não identificados que conseguiram reunir, seja porque a testemunha os notifica diretamente ou rastreando fóruns e páginas da Internet. O resultado são 13.201 avistamentos nos últimos seis anos em que há estatísticas, uma média de aproximadamente cinco por dia. Mas, em plena era dos celulares com câmeras de alta qualidade, a tendência é decrescente. Em 2012 foram 3.332 casos, e em 2017 apenas 1.206. Em nenhum período entre essas duas datas o número de relatos aumentou. Itália (3.343), Alemanha (2.381) e França (2.317) – os três países mais populosos, embora não nessa ordem – lideram os avisos.

Jean-Marc Wattercamps descreve-se como geólogo e ufólogo. Segundo esse pesquisador do COBEPS, a associação belga que estuda as alertas na Valônia, a região francófona, “é preciso distinguir os avistamentos cotidianos dos óvnis reais. Estes continuam sem serem identificados depois de um estudo mais ou menos pormenorizado. O último que encontramos foi em 2015, mas temos 14 investigações abertas de 2018”.

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