Mirandela 1997
Ou seja, fenómenos atmosféricos representados por corpos estranhos, geralmente luminosos, que se movimentam com grande velocidade nas mais estranhas evoluções e para os quais não se encontram explicações naturais, científicas. Enchem-se as prateleiras de livros que relatam as mais exóticas experiências.
Portugal não foge à regra. Houve um dia, na televisão, em que, subitamente, o ovnismo veio ter connosco, a abrir-nos os olhos de espanto.
Tudo aconteceu em Quintas, uma aldeia não muito longe de Mirandela.
Naquela noite, os habitantes da pequena aldeia foram sobressaltados por um esquisito objecto que pairava a grande altura. «O que foi que eu pensei? - perguntava aquela simpática velhinha. - Pensei que fosse o fim do mundo…»
O senhor Sérgio explicava a situação melhor que ninguém, com todos os pormenores.
O objecto parecia um malmequer. Grande, grande, todo aberto no espaço. As pétalas mudavam de cor, abriam e fechavam, davam a sensação de que nos estavam a fazer sinais.
Lá entendê-los é que ninguém entendia.
O senhor Hilário concordava em tudo com as palavras do seu amigo Sérgio. Era um malmequer, tal qual. Parecia que atirava lanças de luz.
«Foi isso que me chamou a atenção…»
O senhor Francisco tinha tudo visto, claramente visto.
As luzes, o movimento, as chamas despedidas, e de repente a ficar muito quieto no espaço, como se olhassem cá para baixo.
O que era aquilo?
Sabia lá! Se calhar era gente que vinha doutro planeta, como se costuma dizer.
O senhor Gabriel tem a mesma opinião.
Devem ser desses tais extraterrestres. O mais curioso é que não fazia barulho nenhum.
Como se vê, um malmequer muito bem comportado.
Apesar de uma camponesa se referir ao fim do mundo, o ambiente não se podia considerar alarmista.
Até pelo contrário.
Tudo estava preparado até para uma boa convivência.
- Não me afligi nada - dizia um. - Nem me importava nada de ir com eles.
- Eu ainda gritei para eles - conta outro com um sorriso manso sobre a quase total ausência de dentes -, eu ainda gritei para eles «Venham cá beber e comer umas coisas com a gente…».
Nós, os portugueses, somos assim.
Os extraterrestres já ficam a saber: quando um dia pensarem em vir à Terra, a gente ideal para os receber é esta.
Comida, bebida e festa, tudo à disposição.
Deixemo-nos de cantigas: todos nós acreditamos em histórias maravilhosas.
Quando alguém deixar de acreditar em histórias maravilhosas, é porque está muito doente da alma.
Eis aí a nossa fantasia a galope.
Outros planetas, outras formas de vida, outras maravilhas do Universo!
E fôramos nós, nós os portugueses, os escolhidos para conhecer em primeiro lugar os nossos companheiros desta aventura que se chama vida - na Terra ou lá não se sabe onde…
Tudo acabou, porém, quando o repórter foi entrevistar o senhor José Bento, encarregado da feira de Mirandela, que pôs tudo em pratos limpos.
Tudo não passava do efeito luminoso provocado por um gigantesco foco destinado a sinalizar a feira, uma forma de a lembrar a quem morasse longe.
O projector tem uma potência de 6600 Watt. Pode ser visto a muitos quilómetros de distância…
E pronto. Lá se acabou mais um sonho.
Nem objecto, nem voador, e ainda por cima, identificado.
Fico resignado, na minha solidão.
Mas o povo de Quintas ainda não parece convencido.
De vez em quando, a meio da noite, já segue para o meio do vale na esperança de ver surgir o grande malmequer.
O sonho não quer morrer.
Mário Castrim - Jornalista
Reportagem TVI...
Um quase OVNI...
O caso pouco conhecido foi transmitido pela estação TVI na época de (1997), que por sua vez não se interessou em aprofundar o caso em questão.
Uma vez mais o público foi induzido a erro por uma estação de TV que divulgou o caso porquê simplesmente queria ser a notícia.
A falta de conhecimento de algumas tecnologias, efeitos luminosos pode efetivamente levar algumas pessoas a uma má interpretação, como ocorre atualmente com os balões leds.
Este caso não foi excepção!
Será de salientar que o estudo, compreensão do fenómeno OVNI, não se baseia apenas na divulgação do fenómeno ou mesmo em manter o seu registo em aberto.
Por vezes existem explicações que são plausíveis de fácil acesso quando se pretende obter respostas sérias de carácter científico sobre o que realmente foi observado.
Alguns dos casos chegam a levar anos de estudo até se obter uma conclusão final.
O OVNI de Mirandela foi um dos exemplos do péssimo jornalismo realizado pela nossa imprensa, induzindo o público a erro.
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