sexta-feira, 22 de abril de 2022

Enviar mensagem aos aliens com ADN humano e a morada da Terra

O projeto “Beacon In The 'Galaxy'” pretende enviar uma mensagem encriptada em código binário para o coração da Via Láctea e convida os destinatários extraterrestres a iniciar uma conversa interplanetária. Uma possível resposta demoraria, na melhor das hipóteses, dezenas de milhares de anos a chegar à Terra

Imagine um encontro com um extraterrestre: o que lhe diria sobre nós? Uma equipa de investigadores, liderada por Jonathan Jiang, cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, pretende transmitir uma mensagem para o centro da Via Láctea, região onde se acredita existir um conjunto alargado de estrelas potencialmente orbitadas por planetas habitáveis. Daqui fala a Humanidade, alguém à escuta?

O conhecimento atual estima que a grande maioria das estrelas da nossa galáxia podem hospedar exoplanetas, muitos dos quais podem conter água líquida à superfície, um requisito fundamental para o desenvolvimento da vida tal como a conhecemos, escreve a “Scientific American”.

O objetivo do projeto nomeado “Beacon In The “Galaxy” (BITG) — “Farol na Galáxia”, em tradução livre — é tentar, mais uma vez, estabelecer contacto com alguma civilização alienígena, suficientemente inteligente para decifrar a mensagem encriptada em código binário.

Por enquanto, o BITG não passa de uma proposta teórica, plasmada num estudo preliminar, ainda sem revisão pelos pares, publicado no início de março no repositório científico arXiv.org.

Esta não é uma ideia nova. A primeira vez que a humanidade tentou dialogar com seres de outros mundos foi em 1974, quando uma mensagem foi emitida pelo radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico.

No fundo, a mensagem que o “Beacon In The 'Galaxy'” propõe enviar é uma versão atualizada daquela que foi endereçada aos extraterrestres há 48 anos. O que difere é a quantidade de informação, exponencialmente maior, contendo 204 mil bits, 21 vezes superior aos dados transmitidos a partir de Arecibo.

“O objetivo é entregar o máximo de informações sobre a nossa sociedade e a espécie humana”, explica o líder científico, Jonathan Jiang.

A nova “carta” enviada para o Espaço incluiria informações do ADN humano e da localização da Terra, além de conceitos matemáticos e princípios físicos básicos para conseguir estabelecer uma forma universal de comunicação interplanetária.

A mensagem, quase como uma cápsula do tempo, partilharia também com os destinatários extraterrestres a anatomia humana e a tabela periódica. Um convite para iniciar uma conversa interestelar também está nos planos detalhados do grupo de pesquisadores.

A boa ou má notícia, dependendo se é mais curioso ou mais cauteloso, é que mesmo que a mensagem seja intercetada por uma civilização extraterrestre, capaz de a entender e com vontade de conversar, a resposta demoraria dezenas ou centenas de milhares de anos a chegar à Terra.

Até lá, é preciso garantir a preservação da vida na Terra, para que a nossa vizinhança galática não fique a falar sozinha.

Expresso. pt 

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