Num dia de semana, de férias escolares, a data terá sido no ano de 1994, mas não posso dar
absoluta certeza e o mês poderá ter sido em fevereiro entre dia 14, 15 nas ferias do Carnaval
ou em abril férias da Páscoa (lamento não conseguir dar datas exatas, mas já não me consigo
lembrar).
Já passada a hora de almoço, costumava visitar uma amiga e ex-colega que vivia na zona do
Restelo, e por volta das 15h (talvez mais cedo ou talvez mais tarde, mas mais ou menos por
volta desta hora), fomos passear para a zona da EPUL, onde normalmente nos encontrávamos
com amigos e íamos passear a cadela. Encontramos por acaso um grupo de meus ex-colegas
que tinham estado a fazer um trabalho de grupo em casa de uma colega que vivia ali, eramos
um grupo com 6 ou sete pessoas (não tenho a certeza absoluta da 7ª pessoa), tínhamos entre
16 e 17 anos, só havia um rapaz no grupo, conversávamos na rua num terreno baldio, em frente aos prédios, como era período de férias escolares a escola do Restelo mesmo ali ao
lado estava deserta, não havia movimento na rua (é uma zona “dormitório”) , tínhamos
visibilidade sobre o rio Tejo, uma boa área de visibilidade para sul e Este, só o lado Oeste
estava ocultado pelos prédios.
Como conversávamos em círculo só duas de nós estávamos viradas para sul os outros estavam
de costas, o céu estava coberto por uma camada de nuvens brancas uniformes que se dirigiam
de Este para Oeste, quando vimos surgir do lado Oeste na margem Sul, uma pequena “nuvem”
cinzenta, mais escura que as outras nuvens e cuja trajetória era no sentido inverso ao das
outras nuvens, vinha de Oeste para Este. Parecia deslizar a uma velocidade constante na
horizontal, estaria a sobrevoar a zona da Trafaria na outra margem do rio, em segundos ficou
mesmo em frente, a Sul do nosso ponto de observação, quando chamamos a atenção dos
outros colegas e toda a gente ficou a olhar o comportamento anormal da “nuvenzinha”, esta
aparentemente mudou de direção, veio na nossa direção, ou seja norte, em segundos estava
quase em cima de nós, não exatamente sobre as nossas cabeças, mas talvez a 1km??? Ou
2Km?? (depois em conversa achávamos que estaria exatamente sobre a zona dos moinhos da
Ajuda ou Restelo de baixo, lamento, mas sou péssima em medidas, datas, distâncias) ou seja ,
víamos o fenómeno do nosso lado esquerdo estando virados para sul, mesmo muito perto, e
nesse preciso momento parou, e aí deixou de ser a “nuvenzinha” , aumentou gradualmente de
tamanho começou a… bem não sei bem como descrever talvez “materializar-se”, ou “revelar-
se” foi-se revelando diante dos nossos olhos , como saído de uma bruma ou nevoeiro, um
objeto de cor metálica ,cinzento liso, com formato de disco (como dois pratos de sopa),o
tamanho era grande, não sei como comparar (talvez do tamanho de um estádio) parecia
relativamente a baixa altitude, surgiu do meio das nuvens ou abaixo do limite destas, tinha
umas “coisas” idênticas a janelas ou como as vigias dos barcos, de um outro material como
vidro fosco, já não sei quantas eram, mas mais do que uma, sem luz, sem nenhum som….
A minha duvida ficou se teria sido a “nuvenzinha “ que se tinha transformado naquele objeto
ou se tinha entrado no objeto, pois logo de seguida pareceu sair uma outra (ou a mesma),
“nuvenzinha” de dentro do objeto grande, por baixo, e deslizou a uma velocidade incrível na
direção sul, depois Oeste, de onde tinha vindo a outra e o objeto desintegrou-se ou
simplesmente desapareceu gradualmente mas rápido, neste preciso momento a nossa
atenção foi desviada por uma colega que entrou em pânico e correu para os prédios mais
próximos a tentar forçar entrada numa porta para a qual não tinha acesso.
Esta observação terá durado uns minutos, poucos, não sei precisar, foi muito rápido e lento ao
mesmo tempo, como em camara lenta, todos assistíamos sem falar sem nos movimentarmos,
sem nos olharmos, até que a colega entrou em pânico, e foi nesse momento que o objeto
deixou de ficar visível ou desapareceu ou sei lá… Olhamos uns para os outros e talvez na
tentativa de acalmar a colega que tinha entrado em Pânico e não parava de abanar uma porta,
uma outra colega rompeu o silencio com a observação “deve ser um balão meteorológico”, e a
conversa ficou por ali… qualquer pessoa, perante uma tal conclusão, se fizesse outro
comentário, correria o risco de parecer muito “estupida” ou ignorante.
Não houve qualquer ruido, sensação física (pelo menos naquele momento, ou que tenha
associado na altura) nem sequer me consigo lembrar se a cadela teve algum comportamento
estranho, sei que voltei com a minha amiga para casa dela, onde então podemos conversar
livremente e trocar impressões, o pai estava em casa ficou muito interessado no nosso
“avistamento” foi buscar uns quantos livros que tinha, e a pergunta que nos vez foi se
tínhamos sentido que o tempo teria passado anormalmente?, pois… não soubemos responder, naquela época não usávamos relógio nem tínhamos telemóvel, estávamos de férias e o tempo
não tinha importância.
Como não tinha internet, não sabia onde encontrar informação sobre o assunto, encontrei
alguns livros, mas não me satisfizeram a curiosidade, acabei por me interessar mais por
astronomia, comprei um telescópio, cansei-me de olhar as estrelas e …nunca esqueci o OVNI,
mas …fui contanto às pessoas conhecidas o “avistamento”, a primeira pergunta era sempre a
mesma: “o que é que tinhas fumado?” claro que não fumávamos nem bebíamos bebidas
alcoólicas, e uma pessoa vai perdendo a vontade de contar…
Nunca considerei relevante contar esta experiencia a desconhecidos, quando há 2 anos me
voltei a interessar pelo assunto e descobrir grupos que estudavam o “fenómeno”, por pensar
que seria só mais uma história, já passou tanto tempo… não tenho como provar nada, a
memória falha, só tenho contato com uma das testemunhas, a minha amiga, dos outros nunca
mais tive contato, e o que é interessante é descobrir que a minha amiga não tem a memoria
do avistamento exatamente igual à minha, para ela era como uma bolha de mercúrio que foi
tomando forma. um ano ou dois depois houve um jantar de turma, e lá estávamos todos o que
tínhamos assistido ao avistamento e outros colegas, quando perguntei:” lembram-se da
nave?” para meu espanto a primeira a responder foi a mesma pessoa que disse na altura:
“deve ser um balão meteorológico” e respondeu sem hesitar: “Lembro-me perfeitamente”.
Se observou algo de extraordinário, poderá também reportar através do e-mail ufo_portugal@sapo.pt
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