Na semana passada, eu estava trabalhando como de costume quando o meu telefone toca. Ao olhar quem ligava ví a foto do Edison Boaventura Jr., nosso diretor de pesquisas de campo na tela do celular.
Apesar de estarmos em constante contato dificilmente um liga para o outro durante o horário de trabalho, e quando isso acontece normalmente ou temos uma bomba nas mãos e precisamos da ajuda do outro, ou temos alguma notícia/descoberta muito boa nas mãos e queremos compartilhar um com o outro.
Eu atendi o telefone e neste caso era um misto das duas coisas: boa notícia e bomba!
O Edison estava eufórico no telefone, me contando que havia acabado de fotografar um OVNI, durante o dia, próximo a seu local de trabalho. Claro que que pedi para ele me enviar a foto na hora por WhatsApp para que eu pudesse ver na hora, mas pedi para ele também me mandar posteriormente o arquivo original por email para que pudéssemos fazer as análises.
Apenas para esclarecimento, é importante deixar claro que fotos enviadas pelo WhatsApp, Facebook, Instagram, ou qualquer sistema/rede social que altere as propriedades do arquivo original não servem como evidências de absolutamente nada, pois não é possível garantir a autenticidade da mesma uma vez pois seus pixels originais já foram alterados. Apesar do Edison ser meu amigo pessoal a décadas, membro de nossa equipe e um ufólogo renomado, naquele momento ele era a testemunha, e as regras de autenticidade se aplicam a qualquer evidência que ele também venha a apresentar.
A foto era realmente impressionante, especialmente em se tratando de uma foto diurna, algo extremamente raro. Acompanhem abaixo o relato completo do Edison:
Claro que assim que eu recebi a imagem original, enviei para nosso especialista em imagens e vídeo, que possui todo um background de conhecimento técnico em fotos, imagens 3D e criações digitais, o Philipe Kling David, responsável pelo site Mundo Gump. Não é por que o autor da foto era o Edison que a foto não passaria por uma análise minuciosa.
Deste ponto para frente, você lerá as palavras de Philipe Kling David:
[Início da Análise]
Apresentação
Recebi o pedido de análise da imagem obtida pelo Edison Boaventura Jr. por intermédio do nosso companheiro de equipe Josef Prado.A fotografia em questão foi obtida com a câmera embarcada no Celular Iphone 5s.
É importante que se diga, o processo de análise da imagem em questão descartará um elemento fundamental que acompanha qualquer investigação ufológica baseada em evidências fotográficas/fílmicas que é: A história que acompanha a imagem. Nesse caso, é preciso que se diga que apenas o fato da autoria da imagem ter sido feita por um respeitado ufólogo, e estar pública e disponível acrescenta um real valor imaterial à evidência apresentada, uma vez que sabemos que uma das maiores constantes nas fraudes fotográficas ligadas à ufologia é justamente a sua complexa rastreabilidade até o autor. São comumente fraudes imagens recebidas “anonimamente”, por fontes que buscam a autopreservação a qualquer custo, ou ainda sem Exif, indicando aí uma malícia implícita na tentativa de dificultar a análise do material.
Neste caso não temos apenas em mãos a imagem original em sua versão naturalmente digital, como foi obtida por um aparelho eletrônico comumente conhecido pela sua qualidade de imagem, algo pouco comum no panorama ufológico de um modo geral. Não obstante, a imagem foi obtida com nitidez impressionante, em plena luz do dia, em uma área densamente populada, uma das maiores densidades demográficas do território Brasileiro.
O relato da testemunha que acompanha a fotografia indica que segundos após essa imagem ser registrada, o objeto voador não identificado efetuou uma manobra em “L” movendo-se em tamanha velocidade no eixo ascendente que não foi possível obter uma segunda imagem. Essa informação é preciosa para a investigação do ocorrido, mas como o movimento de aceleração brutal não ocorre na evidência em questão, ela não pode ser levada em consideração na análise empírica do objeto fotográfico.
Todos esses fatores inerentes à imagem somados com a experiência prévia do autor do registro, com muitos anos de pesquisas ufológicas, e grande conhecimento de fotografias, astronomia e perfeitamente habilitado para discernir um balão de um drone, ou aeronave, nos leva à conclusão de que se trata de um registro muito significativo, que pode ser a porta de entrada para uma pesquisa mais ampla, dada a magnitude da qualidade do registro. Dado o local, a divulgação da imagem poderá trazer à tona eventuais testemunhas do caso.
A
FOTOGRAFIA
–
Aspectos Gerais e análise global
A análise do Exif da imagem foi feita usando o Jeffrey´s Metadata Viewer: http://regex.info/exif.cgiA análise do Exif bate perfeitamente com a descrição da testemunha. Hora e local, bem como revela a integridade da imagem enviada para análise.
O passo seguinte após a análise do Exif da imagem é uma varredura em busca de indícios de adulteração.
Essa análise da imagem foi feita usando o Forensically-Beta.
O objeto em questão passou no teste de detecção de clonagem, indicando que nenhum tipo de recurso digital similar à ferramenta clone foi usada na imagem.
A análise por indícios de adulteração do Forensically não retornou nenhum indício de anomalia no objeto, que parece perfeitamente integrado em termos de densidade de pixels ao restante da imagem. Isso indica consistência na distribuição dos pixels da imagem.
A análise de luminância apenas nos permite notar as massas sólidas na imagem. Há uma clara coerência dessas massas com as folhagens e o alto do poste de iluminação.
A análise do elemento anômalo
Através da observação da imagem, é possível perceber que se trata de um objeto de grandes dimensões registrado a uma considerável altitude, que é impossível de determinar com precisão. Há aqui duas chances potenciais que se traduziriam neste tipo de registro:
A – Um objeto de pequenas dimensões próxima da câmera;
B – Um objeto de grandes dimensões distante da câmera.
Com base apenas na observação do quadro geral, acredito que o objeto
registrado seja do tipo B, uma vez que sua superfície parece
suficientemente polida para produzir uma reflexão de mais qualidade se
fosse o caso da imagem representar um objeto tipo A. No entanto, não se
nota nenhuma massa volumétrica verde sendo refletida no objeto. Voltando
ao mapa gerado pelo geoposicionamento do aparelho na hora da fotografia
(e aqui está uma vantagem real das fotografias de celular na análise
ufológica) nos permite notar que logo abaixo do objeto estava o Parque
Raphael Lazzuri, com um amplo conjunto de vegetação. Esse grande
elemento verde seria esperado que refletisse na superfície inferior do
objeto, no entanto, eu não percebo isso naquela superfície metalizada.B – Um objeto de grandes dimensões distante da câmera.
Isso parece indicar que se trata de um objeto a uma grande altitude. Outro elemento que também contribui para essa percepção é que comparando as tonalidades do objeto com as tonalidades mais definidas do poste no primeiro plano, há um esmaecimento do objeto, que é produzido pela atmosfera. Assim, um objeto mais próximo não tenderia a tonalidades esmaecidas, e pareceria mais contrastado.
A análise por ampliação nos dá uma melhor compreensão das formas do objeto. Observe que a imagem não foi redimensionada, o que produziria interferência por função de interpolação de pixels. Felizmente o original contém uma grande quantidade de pixels que mesmo dada a altitude do objeto, que o faz representar menos de 2% da imagem completa, ainda manteve uma qualidade que nos permite produzir inferências acerca de materiais e design geral do objeto, o que poderia, em última análise, contribuir para as hipóteses de solução do mistério.
Há aqui, quanto à forma, duas hipóteses a considerarmos: A primeira é que o Objeto Voador Não Identificado seja composto de duas massas.
Se isso estiver certo, o objeto em questão parece ser composto de duas massas visíveis de materiais que parecem opostos em relação à taxa de transmissão/reflexão de luz. È possível que o objeto tivesse mais alguma massa na parte de cima, mas dado o ângulo de ataque da imagem, é impossível determinar esse pormenor, nos limitando a análise aos dois elementos claramente distinguíveis e contrastados não apenas em cor, mas em dimensão e forma.
Enquanto a estrutura maior é arredondada e recurvada, com tom metálico típico de OVNIs, o outro elemento posiciona-se no centro do primeiro, que sugere uma forma quadrada no ponto de conexão com o objeto, podemos ver três arestas nesse objeto.
Seria possível estabelecer hipóteses para este objeto escuro? Talvez seja um trem de pouso, uma antena, um canhão de projeção de luz ou mesmo algum compartimento desprendendo- se do centro da estrutura com uma finalidade específica desconhecida… Enquanto a mente humana é livre para estabelecer hipóteses, nada na imagem parece apontar para a real finalidade daquela aparente pirâmide escura sob o objeto, de modo que só posso notar essa característica, e definir que sua volumetria fica clara pelo pequeno detalhe na curva inferior da massa principal objeto, que nos dá pistas sobre a forma dessa massa secundária.
A outra hipótese a se considerar, é que o objeto pode ser formado não a partir de duas massas, mas apenas uma única massa circunvolucionada altamente reflexiva, como um espelho. Uma massa circunvolucionada é uma curva bidimensional que é girada pelo seu eixo mínimo, em um giro completo de 360 graus, produzindo assim uma forma tridimensional.
Grande parte de todos os avistamentos de ufos no Planeta estão ligados a formas circunvolucionadas, de esferas, roscas a charutos. Muitas dessas formas nos indicam um eixo central que pode ser vertical ou horizontal e talvez esteja intimamente relacionado ao processo tecnológico que permite o voo dos objetos. Se este OVNI da fotografia se tratar de apenas uma forma, como seria possível explicar a parte escura sob a estrutura?
Uma possibilidade para essa massa escura apareceu quando eu estava observando a posição da câmera em relação ao mapa local. Note o Parque Raphael Lazzuri. Note a forma do paque. De longe, visto em reflexão numa superfície espelhada, esse parque poderia explicar àquela forma?
Foi com base nesse questionamento que resolvi usar meus conhecimentos de computação gráfica na tentativa de replicar essa imagem. Usei mapas de satélite para mapear um plano e posicionei uma câmera no local que o geottaging da imagem me diz ser o ponto de obtenção da imagem. Criei um material de reflexão quase absoluta. Com base na reflexão, e usando dados de posicionamento solar com base em latitude-longitude, dia e hora, fui capaz de definir o sol, com precisão de intensidade luminosa do segundo em que a foto foi batida, graças às funções de render arquitetônico nativas do 3DStudio Max. O resultado é a imagem abaixo.
A simulação nos mostra que se forma uma massa escura no lado direito da superfície, essa reflexão do terreno é bastante coerente no objeto 3d quanto o da foto. Há também uma massa escura central aparecendo no meio do meu disco. Poderia ser o reflexo do parque? A partir dessa simulação penso que muito provavelmente, sim. Evidentemente não é necessário lembrar que a reflexão em qualquer superfície depende fundamentalmente de sua tipologia, e eu não sei dizer com precisão qual a topologia desse ufo, mas apenas essa correta reflexão lateral já traz um excelente indício de que a superfície fotografada está mesmo inserida e corretamente interagindo com aquele ambiente ao redor.
Hipóteses a considerar
A análise do objeto fotografado tem como limitações a atribuição de um veredito que se baseia apenas no que temos na imagem. É sempre bom ressaltar que a análise de uma fotografia ufológica de uma simples fraude feita com uma bacia jogada para cima pode ser positiva e atestar a veracidade da imagem. Isso não significa que bacias sejam naves extraplanetárias, correto? Mas uma análise fotográfica não tem poder de definir aspectos indiretos do objeto. Assim, é impossível dizer que Edison Boaventura fotografou um veículo extraterreno em plena cidade de São Bernardo do Campo.No entanto eu posso dizer que havia algo lá, e que era discoide, de modo que o termo popular “disco voador” parece se aplicar perfeitamente bem aqui.
Não posso, como disse antes, levar em consideração na análise da imagem algo que não está nela, como o movimento impossível para nossas aeronaves relatado assim que a imagem foi registrada, o que impediu uma sequência de imagens, que seria de grande valia para o estudo aprofundado do caso.
No entanto, podemos elencar aqui os diversos objetos voadores presentes numa cidade como São Bernardo do Campo. Sua ampla maioria pode ser descartada de cara diante da simples análise da morfologia do objeto anômalo. São eles:
- Helicóptero
- Ultraleve
- Avião
- Asa Delta
- Zepellin
Drone – Um drone pode fazer movimentos bruscos e acelerar para cima a grande velocidade. E existem drones de formato circular, geralmente com oito motores elétricos capazes de um empuxo impressionante. Eu mesmo já trabalhei com um assim. (embora tenha que dizer que eu desconheço drone nesse formato fechado por ser um impeditivo de funcionamento) muito menos com tal dimensão com base na taxa de contraste do objeto com os elementos do primeiro plano.
Balão – Existem balões com formas circulares e também achatados. No entanto, a superfície lisa e polida do objeto chama a atenção. Não deve ser descartado também um elemento simples que é: Se fosse um balão, por que motivo haveria apenas uma única imagem? A lógica manda que diante do insólito alguém munido de uma câmera faça o máximo de registros que o mesmo permitir, de modo que só haver uma única imagem pode ser um fator para colocar em xeque a hipótese do balão, ainda mais se somado ao relato de que o objeto fez uma curva em forma de “L”, impeditivo para nossa tecnologia aviônica atual e tenha disparado para o espaço em menos de um segundo.
Algum tipo de pipa – Seria também improvável que algum tipo de pipa com revestimento metalizado estivesse sendo erguida no local pelo vento. No entanto, não posso dizer que é impossível que exista pipa nesse formato. Mas a hipótese da pupa bizarra também nos leva ao problema da foto única do evento descrita acima.
Conclusão
Com base em todas essas observações diretas, e pela ausência de indícios de adulteração, com base nas características do Exif, dados de geoposicionamento, análise de ruído, varredura de densidade, e simulação 3d com base na luz e no ambiente, acredito na autenticidade da imagem, ressaltando ainda os elementos indiretos que me levam a admitir sua veracidade, que são a identidade pública do autor da imagem, sua reputação ilibada, a qualidade do equipamento de registro, seu conhecimento e experiência de observação de objetos aéreos anômalos ou não, somado a ampla disposição para que o material fosse periciado.Sem mais, agradeço imensamente a confiança no meu trabalho e me coloco à disposição para o que precisar.
Philipe Kling David
[Final da Análise]
Fonte: http://www.portalburn.com.br/ovni-fotografado-em-sao-bernardo-do-campo-sp/
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